no sábado em todo o País
Cada um dá mais força<br>às razões de todos
A consigna lançada pela CGTP-IN para a jornada nacional de acção e luta, que no próximo sábado terá expressão em todos os distritos e regiões autónomas, interpela todos os que são atingidos pelas medidas das troikas e pelo rumo de direita que a governação tomou há 37 anos.
Pôr fim a esta política é uma exigência da vida de milhões de portugueses
«Contra a exploração e o empobrecimento, mudar de política e de Governo» é um apelo feito a trabalhadores no activo, desempregados e reformados, aos jovens, aos homens e às mulheres, a quem tem vínculos efectivos ou precários, quer esteja nas empresas privadas, no sector empresarial do Estado ou na Administração Pública.
O apelo geral, lançado pelos órgãos dirigentes da central, a 4 de Janeiro, foi levado por milhares de activistas para os locais de trabalho, distribuído por todo o País em plenários e contactos junto de empresas e serviços, mas também em locais e ocasiões de maior passagem ou concentração de pessoas. As razões que a Intersindical – com os seus sindicatos, uniões distritais e federações sectoriais – vem colocando exigem uma decisão que milhares de pessoas já tomaram e para as quais é necessário ganhar ainda mais camaradas, amigos, vizinhos: trazer para as ruas, neste sábado, o protesto colectivo e a exigência de alternativa.
Deixamos aqui algumas dessas razões de todos, a que cada um tem que dar mais força.
Parar o saque
O Orçamento do Estado constitui uma monstruosidade fiscal contra o povo português. Os rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas são duramente atacados, enquanto os do capital ficam praticamente intocáveis.
Os cortes sucedem-se: nos salários e nas pensões de reforma; na saúde, educação e protecção social. O agravamento do custo de vida, incluindo o aumento das rendas de casa e outros custos com a habitação, tornou-se incomportável para milhares de famílias.
O desemprego não pára de aumentar e a pobreza, a exclusão e a fome alastram e estão cada vez mais presentes nos lares de muitos portugueses.
(Folheto central)
É contigo!
O teu salário baixou, os impostos aumentaram brutalmente, o valor do trabalho extraordinário foi reduzido, os direitos foram atacados, o acesso ao ensino e aos serviços de saúde são mais caros e mais difíceis, a precariedade e repressão aumentaram, tudo isto, porque o Governo tem legislado nesse sentido, ou seja a favor dos ricos e poderosos, ignorando quem produz a riqueza deste País.
Se sentes revolta contra esta política injusta, se te sentes injustiçado, se desejas um País mais justo e solidário, então não fiques em casa, vem para a rua exigir um futuro melhor.
(Comunicado da Fectrans/CGTP-IN)
Vencer o medo
Num quadro de elevada precariedade, de desemprego e muita pobreza, é evidente que existe medo, não só no que respeita ao que é a vida no presente, mas muita insegurança naquilo que é a perspetiva de futuro.
O medo fragiliza a democracia. Não há democracia sem cidadãos livres, não há liberdade quando se põe em causa o direito ao pão, à educação, o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, o direito à habitação.
Trinta e nove anos depois do 25 de Abril, nós não podemos tolerar que o medo seja o motor de perseguição das famílias portuguesas. Hoje é fundamental que as pessoas percam o medo e que assumam a sua intervenção, no local de trabalho, mas também nas ruas, para reclamarem melhores condições de vida para si e também para os seus filhos.
(Arménio Carlos,
Secretário-geral da CGTP-IN,
em Ponta Delgada, no dia 7)
Ataque no Estado
Condenamos a introdução dos despedimentos na Administração Pública e os excedentes (mobilidade especial)!
Dizemos não aos roubos nos salários e nos subsídios!
Combatemos o aumento da idade da aposentação para os 67 anos e a redução das pensões!
Repudiamos o aumento dos horários de trabalho e a diminuição do valor do trabalho extraordinário!
Defendemos a ADSE e os direitos de protecção na saúde!
Combatemos a privatização dos sectores das águas e dos resíduos, e a extinção do sector empresarial local!
Lutamos contra as privatizações e a destruição das funções sociais do Estado!
(Folheto do STAL/CGTP-IN)
A austeridade e os lucros
Depois de sucessivos pacotes de austeridade, o Governo anuncia mais um brutal pacote, denominado de «refundação do Estado». Na prática, para além do brutal roubo fiscal contido no Orçamento do Estado para 2013, está em marcha mais um roubo de quatro mil milhões de euros aos trabalhadores, aos reformados e às famílias.
Os trabalhadores e o povo estão a sofrer, mas os lucros dos ricos estão a crescer.
O ano iniciou-se com novos aumentos de preços dos bens e serviços essenciais à sobrevivência das famílias. Os portugueses ficam cada vez mais pobres, enquanto os grandes grupos económicos enriquecem à custa desses aumentos incomportáveis que, no caso dos transportes, chegam a atingir valores superiores a 20 por cento.
Empresas dos sectores da energia eléctrica, gás, combustíveis, telecomunicações, banca, obtêm lucros fabulosos. Apenas quatro (EDP, REN, PT e GALP) tiveram, só nos primeiros nove meses de 2012, lucros superiores a 1300 milhões de euros.
(Folheto central)
Mudar o quê?
É preciso mudar de política e de Governo!
• Aumentar a produção nacional para criar riqueza e emprego, reduzir as importações e a dívida!
• Parar os processos de privatização e assegurar o controlo das empresas estratégicas pelo Estado, para desenvolver o País.
• Reduzir os preços da energia, transportes e comunicações para as famílias e as empresas.
• Desagravar o IVA na restauração.
• Taxar as transacções financeiras, os dividendos e mais-valias dos grandes accionistas.
• Revogar os benefícios fiscais atribuídos ao sector segurador e financeiro e às fundações privadas dos grupos económicos.
• Pôr termo ao negócio escandaloso das parcerias público-privadas.
(Folheto central)